Querido Zézim,
" (...) Respiro aqueles romances vendidos, literatura barata de banca de jornal, coleciono histórias que cabem no bolso, como chaveiros. Cada um com uma lição diferente."
I feel - in - finity
sábado, 28 de janeiro de 2012
quarta-feira, 28 de dezembro de 2011
Querido Zézim,
Estou vendo o sol no céu de Sampa escaldante ao meio-dia através de uma vidraça fumê de muito mau gosto num edifício qualquer de uns trinta andares. O céu, já em escala de cinza, fica ainda mais carregado e o ar já não é o natural, aqui dentro, é con-di-ci-o-na-do.
Quanto as pessoas, se olho superficialmente, aparentam genuíno interesse em suas tarefas diárias, mas, feita análise fria, estão infelizes, Zé.
Meio-dia-e-meio. O sol no céu de Sampa escaldante e dentro deste véu fumê a esperança parece extinguir.
Estou assustada, Zé. Assustada de cair na mesmice e me tornar indiferente ao sol de anunciação de Verão. Sinto por essas almas vazias de repartição de sonhos perdidos, mas é importante sorrir - não porque elas agora me sorriem, mas porque, talvez, um sorriso que ainda reflete juventude e noites bem dormidas possa fazer algo por elas. Algo que o sol no céu de Sampa não fará.
Com amor,
Natalia.
Estou vendo o sol no céu de Sampa escaldante ao meio-dia através de uma vidraça fumê de muito mau gosto num edifício qualquer de uns trinta andares. O céu, já em escala de cinza, fica ainda mais carregado e o ar já não é o natural, aqui dentro, é con-di-ci-o-na-do.
Quanto as pessoas, se olho superficialmente, aparentam genuíno interesse em suas tarefas diárias, mas, feita análise fria, estão infelizes, Zé.
Meio-dia-e-meio. O sol no céu de Sampa escaldante e dentro deste véu fumê a esperança parece extinguir.
Estou assustada, Zé. Assustada de cair na mesmice e me tornar indiferente ao sol de anunciação de Verão. Sinto por essas almas vazias de repartição de sonhos perdidos, mas é importante sorrir - não porque elas agora me sorriem, mas porque, talvez, um sorriso que ainda reflete juventude e noites bem dormidas possa fazer algo por elas. Algo que o sol no céu de Sampa não fará.
Com amor,
Natalia.
terça-feira, 6 de dezembro de 2011
Querido Zézim,
É, Zé. Se o amor, ou qualquer sentimento assim, vive, ninguém escreve. Não dá tempo, o jeito é sair desembestado, sem freio, sem rumo, para aproveitar o friozinho que dá na espinha. O amor não espera, arrebata.
Mas, se por falta de sorte - ou sina - o amor não vinga, aí boy, o roteiro é sempre o mesmo: escrever. E por isso que escrevemos (eu e tantos outros) sobre amores que não deram certo, amores que só ameaçaram.
E escrever é como esvaziar, aos pouquinhos, um rio que transborda. É exaustivo, requer um trabalho árduo porque se trata do seu interior, e meias-palavras não bastam. Você sabe.
Buscar consolo em si próprio é o mesmo que tatear no escuro. É um processo de reconhecimento, depois de um grande desapontamento (lê-se: tapa-na-cara) que é imprescindível. Não dá para adiar ou repassar essa tarefa para outro alguém. Ter um ombro-amigo, um bom ouvinte, é importante, claro. Mas no fim, só você pode se ajudar.
Eu aprendi isso, da maneira mais digna possível.
Pausa.
Estou tentando ser minha melhor amiga, Zé. Porque eu entendo a minha linha de raciocínio lógico-emocional. É, eu quero pensar, logicamente, com as emoções.
E quer saber? Me deixa. Quem sabe um dia eu consiga? Por enquanto, vou me segurando daqui, me apoiando de lá, e vou seguindo. Estou seguindo. E no fim do dia, eu ainda respiro aliviada.
Ufa. Está acabando.
Com amor,
Natalia.
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